Comemorado em todo o território nacional, o Dia da Consciência Negra é celebrado no dia 20 de novembro. A data foi escolhida por ter sido o dia da morte de Zumbi dos Palmares e, hoje, dedicada à reflexão sobre o negro na sociedade brasileira. O Coletivo Negros Presente é um belo exemplo de movimento que reflete sobre a própria condição do negro, seja empoderando os integrantes, a partir da auto-estima, seja incentivando-os a ocuparem espaços em que os negros não são maioria. O projeto une a negritude do DF e Região Metropolitana, a partir de ações sociais, ensaios fotográficos, rodas de conversa, diversidade e cultura.
O grupo surge “de uma crise de depressão e ansiedade” que a criadora do coletivo, Andresa Alves, viveu. “Eu me cobrava muito por ver meu povo sozinho, abandonado e desunido. Eu resolvi fazer alguma coisa e criei esse movimento”, afirma Andresa. Dois dias antes da data que celebra o Dia da Consciência Negra, aconteceu, no Parque da Cidade, em Brasília, o segundo encontro do Coletivo Negros Presente.
O evento reuniu jovens de diversas cidades, como Ceilândia, São Sebastião, Paranoá e também da região metropolitana do Distrito Federal, para debaterem e colocarem em foco a pauta do empoderamento negro. Além de ajudar na auto-estima dos participantes, como na questão estética: roupas e cabelos. O projeto também trata o empoderamento a partir de outra perspectiva.
“Quando a gente fala de empoderamento, não é somente vestir uma roupa bonita ou ter um cabelo black. A gente fala em ter auto estima e também de estar nos lugares onde as pessoas acham que não deveríamos estar, como numa faculdade de direito, por exemplo”, afirma Tânia Sarah, integrante do Coletivo Negros Presente.
Além do empoderamento, o grupo tem como objetivo ajudar os próprios integrantes do coletivo. Cada participante tem uma profissão, um sonho. “Temos (no grupo) tatuadores, cabeleireiros, trancistas, maquiadores, fotógrafos, entre outros. A ideia é cada um se ajudar, divulgando o trabalho do fotógrafo, a maquiadora e assim por diante”, explica Tânia Sarah. Um exemplo de profissão e sonho é o do barbeiro afro Mateus Kili. O também integrante do Coletivo Negros Presente está prestes a lançar a marca de roupa SDF (Sai da Frente).
“Mostrar que a gente pode, tá ligado? Ninguém dá nada pra gente e quero mostrar que podemos empreender. Ter a nossa marcar, vestir e viver o que a gente produz. Tudo começa de um sonho. Nosso sonho é expandir a marca e ser uma moda de periferia mesmo”, ressalta Mateus Kili.